26 novembro, 2014

Soneto do Amigo...

                                                                    Soneto do amigo

   Enfim, depois de tanto erro passado
   Tantas retaliações, tanto perigo
   Eis que ressurge noutro o velho amigo
   Nunca perdido, sempre reencontrado.

   É bom sentá-lo novamente ao lado
   Com olhos que contêm o olhar antigo
   Sempre comigo um pouco atribulado
   E como sempre singular comigo.

   Um bicho igual a mim, simples e humano
   Sabendo se mover e comover
   E a disfarçar com o meu próprio engano.

   O amigo: um ser que a vida não explica
   Que só se vai ao ver outro nascer
   E o espelho de minha alma multiplica...

                                              Vinicius de Moraes

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